Hoje eu gostaria de escrever um poema que falasse de saudade.
A saudade cotidiana que tenho sentido de mim mesma,
Dos versos sem rima perdidos e a esmo, em meus cadernos
antigos.
Eu queria moldar um poema, como se molda uma escultura.
Fazer não com que seja lido, mas com que seja sentido,
vivido.
Que o amante da poesia sinta o sabor, a temperatura.
Sinta comigo!
Só assim eu dividirei essa angustia latente em meu peito continuamente.
Já pensei em forjar um sequestro, mas ao imaginar o desespero
dos que amo,
Condeno minha atitude egoísta.
Talvez eu devesse mesmo continuar a sorrir em barres e
anotar os erros alheios como uma psicopata que aprende rapidamente com a vida.
Nunca rasgarei meus cadernos, porém confesso que tenho medo
de deixá-los como herança a pessoa errada.
Não acredito em deus.
Queria morrer e levar minhas anotações.
A Flor